De repente surge fraqueza, suores, tremores, o coração acelera. Pode haver também confusão mental, sonolência, dor de cabeça… Quase todo paciente com diabetes já sentiu isso. A hipoglicemia pode acontecer com os que usam medicação oral ou insulina.
Quando acontece, a própria pessoa identifica os sintomas e ingere algum alimento com açúcar. Mas em casos graves, necessita-se de socorro. Entre aqueles que convivem com alguém que tem diabetes surge inúmeras dúvidas. Como sei que alguém está com hipoglicemia? O que fazer neste momento? Por que acontece? Hipoglicemia significa baixo nível de glicose no sangue (glicemia abaixo de 60 mg/dl). São provocadas por omissão das refeições ou longas horas em jejum, por exercícios físicos excessivos, ou por doses exageradas de insulina ou medicamentos. Quais são os sintomas? Os sintomas mais conhecidos de hipoglicemia são fraqueza, coração acelerado (palpitações), tremores, suor em excesso, sonolência, visão dupla ou turva, fome súbita, confusão mental. O valor da glicemia a partir do qual esses sintomas aparecem costuma ser diferente de paciente para paciente. Quando os níveis de hipoglicemia atingem valores muito baixos, acontece o coma hipoglicêmico. Nestes casos, os valores de glicose no sangue estão tão baixos que são insuficientes para o cérebro continuar funcionando corretamente. Então o paciente fica semi-consciente (comporta-se como um embriagado) ou inconsciente.
Como tratar? Depende de como está a pessoa no momento que ela sofre a hipoglicemia. Se Paciente acordado e consciente, tem facilidade para ingerir: Oferecer um alimento assim que desconfiar que está hipoglicêmico (preferencialmente confirmado pela medição da glicemia na ponta do dedo). Deve-se ingerir 15 g de carboidratos, como por exemplo:
1 colher de sopa rasa de açúcar com água
150 ml de suco de laranja – 1 copo pequeno
150 ml de refrigerante regular (não dietético) – 1 copo pequeno
Aguarde 15 minutos e verifique a glicemia novamente. Caso permaneça menor que 79 mg/dl, repetir o esquema.
Se o paciente está semi-consciente ou inconsciente: Nestes casos, o paciente não consegue mais ingerir alimentos. Não insista para que ele se alimente, sob o risco de que aspire o alimento para o pulmão. A melhor opção seria injetar glucagon – hormônio que faz o
contrário do que a insulina faz, ou seja, aumenta a glicose no sangue. Mas como o acesso ao glucagon não é rotineiro, outra opção é colocar um pouco de açúcar ou mel na mucosa das bochechas (esfregar o açúcar na mucosa da boca). Acione atendimento médico de urgência, pode ser preciso administrar glicose na veia em ambiente hospitalar.
O que acontece se a hipoglicemia não for tratada a tempo? Caso não corrigida prontamente, a glicemia vai ficando cada vez mais baixa. Hipoglicemias severas podem levar a danos neurológicos. É importante tomar cuidado com pessoas que têm diabetes e insuficiência renal. Neles, a insulina passa mais tempo circulando no sangue, antes de ser eliminada pelo rim. Isto aumenta o risco de hipoglicemia. Hipoglicemias durante a gestação também merece atenção redobrada. Defeitos neurológicos podem ocorrer nos bebês de mães que apresentam hipoglicemias severas e frequentes.
Dicas para evitar hipoglicemia: Fazer um lanche equilibrado (ex: mingau de aveia sem açúcar) antes de dormir (ceia) pode auxiliar na prevenção de hipoglicemia noturna. Os alimentos mais recomendados para este lanche devem conter carboidratos complexos e proteínas (leite ou pão 100% integral com queijo branco); A medição da glicemia na ceia ou já perto de dormir é importante. A glicemia antes de dormir deve ser ajustada sempre para que fique em torno de 100-140 m/dl. Preste atenção à alimentação se fizer exercício físico (especialmente se não programado). É necessário medir sua glicemia para ver se é necessário o consumo de carboidratos extras para fazer o exercício. Evitar o uso do álcool, principalmente em jejum.