“Explico a seguir a relação entre glicose no sangue e complicações do coronavírus”.

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Já está bem estabelecido que pessoas com diabetes têm maior risco de apresentar formas graves de Covid-19. Mas calma, este fato não representa uma inevitável sentença de complicação, pois os estudos também constataram que pacientes com diabetes muito bem controlado podem ter os riscos de desenvolver formas severas de coronavírus minimizados. Este raciocínio na verdade vale para qualquer doença aguda: Infarto do coração, derrame, pneumonia, enfim, qualquer doença acompanhada de níveis mais elevados de açúcar no sangue (hiperglicemia) poderá ter mais complicações.
E por que a glicemia afeta a recuperação de qualquer doença? Glicose alta é um sinal claro de que o organismo está passando por um grande estresse. Nosso organismo envia mais glicose para a corrente sanguínea quando há órgãos e tecidos doentes. Esse é um mecanismo de sobrevivência. Acontece que em algumas pessoas, a hiperglicemia não se resolve mesmo após a melhora da doença aguda. Um estudo chinês publicado na Science Advances comparou a evolução clínica de 605 pacientes com Covid-19 e sem diabetes. Os pesquisadores observaram por um mês, pacientes que deram entrada no hospital com glicose abaixo de 110 mg/dl com aqueles com glicose acima de 126 mg/dl. A conclusão da pesquisa? As complicações de COVID-19 foram quatro vezes maiores naqueles pacientes com glicose acima de 126. Este estudo reforça a ideia de que a glicose mais elevada representa um sinal de alerta para redobrar os cuidados com o paciente diabético. Converse com seu médico e tome os devidos cuidados para o bom controle de sua glicemia

 

Por Dr. Fredson Balisa, médico endocrinologista Membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia, Qualificação de Especialista RQE nº18137.

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